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VÍDEO: lojistas fazem 'apitaço' para demonstrar o descontentamento com as obras do Calçadão

Foto: Eduardo Ramos (Especial)

Anunciada em abril de 2019 como forma de revitalizar e modernizar o Centro da cidade, a reforma do Calçadão Salvador isaia teve várias idas e vindas ao longo destes quase três anos. Devido à demora para a entrega do espaço e diante da possibilidade de a prefeitura de Santa Maria rescindir o contrato com a empresa que faz a obra, lojistas, comerciantes, políticos e entidades de classe promoveram, na manhã desta quarta-feira, um "apitaço" para demonstrar o descontentamento e para chamar a atenção do Poder Público.


A manifestação começou por volta das 9h, e foi barulhenta, já que foram utilizados vários apitos por quem se mostrava insatisfeito com a situação. Vestidos a maioria de preto, os manifestantes caminharam de uma ponta a outra do Calçadão. A única pausa nos sons dos apitos aconteceu quando foi realizado um minuto de silêncio pela condição em que o comércio se encontra.

- O Calçadão é a sala da nossa cidade, onde recebemos os turistas que vêm a cidade e fazem compras em Santa Maria. Precisamos que se conclua essa obra. É preciso desburocratizar e cobrar as empresas responsáveis pela reforma - considera o diretor do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS), João Carlos Provensi.

Cartazes apontavam a insatisfação do comércio com a prefeitura e também com o período natalino, o qual, alegam os lojistas, não teria sido atrativo para o comércio. Em um dos cartazes estava escrito que "o metro quadrado mais caro de Santa Maria foi abandonado pelo setor público". Em outro, "Até quando o setor produtivo vai pagar a conta pela ineficiência do poder público municipal?"

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Conforme o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Maria, Márcio Rabelo, o centro da cidade não teve o destaque que merecia durante o Natal, bem como outras épocas do ano.

- Nosso centro está feio e triste. Não tivemos iluminação nas ruas do entorno. Não tivemos uma decoração natalina, sequer uma programação capaz de atrair pessoas às compras e ajudarem na recuperação econômica das empresas que sofreram tanto durante a pandemia. Eu pergunto, o que a prefeitura fez para contribuir para a categoria? Nós não vemos contrapartidas - questiona o dirigente.

Quem cruza pelo local percebe que o chão está com diversos desníveis e, até a última semana, um bueiro está aberto, o que leva riscos à população. A massoterapeuta, Iraci Hundertmarck, de 54 anos, acredita que poderia ter sido mais rápida a reforma. Ela sente falta de um cronograma para a obra. Segundo ela, para caminhar por ali só usando rasteirinha:

- Salto não dá para usar, é perigoso cair e se machucar - diz

Outra pessoa que preferiu não se identificar comentou que parentes que visitaram a cidade ficaram surpresos em encontrar o centro da cidade nessa forma. Ela também estendeu as críticas à Praça Saldanha Marinho, que, no entender dela, precisa ser repaginada. 

CONTRATO
A De Marco Construtora, uma das duas empreiteiras responsável pela obra, deverá entregar a prefeitura, até sexta-feira, documentos que comprovem a conclusão das etapas da reforma. Por meio de nota, a prefeitura reforçou que aguardará até o final do prazo,  tendo em vista a complexidade dos documentos a serem apresentados, quando então, decidirá se rescinde ou ajusta o contrato com a construtora. Além da De Marco, a Urbanes Empreendimentos era responsável pela obra, mas já terminou a sua parte do serviço. Ambas realizaram a reforma como contrapartida ao município por empreendimentos de grande porte que desenvolvem na cidade. O custo previsto era de R$2 milhões, mas totalmente bancado pelas empreiteiras. Confira o resumo abaixo:

HISTÓRICO DA REFORMA

  • Abril de 2019 - Prefeitura anuncia reforma completa do calçadão sem utilizar recursos próprios. Previsão de início era até final de julho e de entrega era até 25 de outubro daquele ano
  • Outubro de 2019 - Prefeitura já afirma que obras podem ficar para 2020. Início dos serviços dependia da entrega de projetos complementares mas, por conta da movimentação de fim de ano, poderia ser adiado para janeiro
  • Janeiro de 2020 - Prefeitura dá início às obras de reforma no calçadão
  • Março de 2020 - Obras são suspensas por conta da pandemia
  • Julho de 2020 - Encaminhado Termo de Ajuste de Conduta para as empresas responsáveis, acordos para reinício das obras avançam
  • Setembro de 2020 - Prefeitura afirma que obras serão retomadas na primeira quinzena do mês, após a finalização da produção das galerias pluviais
  • Outubro de 2020 - Retomada das obras prevista para dezembro. Após ofício protocolado por entidades representativas do setor empresarial da cidade, Prefeitura adia retomada das obras para janeiro de 2021
  • Janeiro de 2021 - Obras são retomadas, previsão é de conclusão em oito meses
  • Abril de 2021 - Obras, que estavam paradas há cerca de um mês, são retomadas novamente. Serviço ficou parado pois a Urbanes Empreendimentos encerrou a sua parte e a De Marco precisava assumir a obra
  • Setembro de 2021 - Corsan começa etapa de ligação de esgoto na obra do Calçadão
  • 1º de dezembro de 2021 - Calçadão recebe novas tampas dos poços de inspeção, prefeitura afirma que as obras tiveram de ser interrompidas por questões climáticas e falta de insumos.
  • 27 de dezembro de 2021 - Prefeitura afirma que pode rescindir termo de compromisso com a De Marco Construtora
  • 3 de janeiro de 2022 - data em que terminou o contrato com a De Marco. A partir disso, prefeitura avalia se renova ou se rescinde com a empreiteira
  • 5 de janeiro de 2022 - prefeitura informa que De Marco tem até 14 de janeiro para apresentar documentação física e comprobatórios de conclusões pontuais nas ações de intervenção do Calçadão

*Colaborou Gabriel Marques

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